Rita Elvas Martins

Outubro 2023








RECURSOS ENERGÉTICOS

SÓCIO APG Nº O1510


É natural de Lisboa, estava talhada para as ciências ao ar livre e durante a faculdade andou de mina em mina, à cata de minerais em escombreiras. Trabalha na produção de energia geotérmica, nos Açores, mas não perde a oportunidade de deitar um olhinho às pirites que lhe vão aparecendo, reflexo da sua paixão pelos minerais metálicos.

" (...) acho que é a primeira vez que abrimos um poço geotérmico. (...) abrimos o poço e começa-se a libertar água e vapor para a atmosfera. É uma coisa espetacular."

Aproveitámos uma vinda ao continente da já quase insular Rita para, alapadas no Quaternário do Convento dos Capuchos em Almada, mas com vista para o Miocénico, falarmos do passado ainda mais recente da sua vida geológica. Estava destinada às ciências ao ar livre, mas foi por mero acaso que lá foi parar. Perdoamo-la porque ficou do lado de cá, à conta da mineralogia... talvez tenhamos de dar uma abébia ao poder dos minerais! Hoje produz energia e partilhou connosco a emoção que sente quando se abre um novo poço geotérmico. Venham conhecer a Rita Elvas Martins, que andou pelas escombreiras de Portugal e não esquece os velhinhos dolomitos câmbricos, ainda que os tenha "trocado por uns mais novos". Vai Rita, vai produzir eletrões, que, como diria o outro, "o Inverno está a chegar".


Entrevista 

Convento dos Capuchos, Almada, julho de 2022


1. Nome, data e local de nascimento?

Rita Alexandra das Neves Sousa Elvas Martins. 2 de outubro de 1977. Lisboa.

2. Conte-nos, como se fosse para leigos, o que faz profissionalmente.

Ando à procura de água quente, que está lá em baixo na terra, que é aquecida por uma câmara magmática de um vulcão, e tiro essa água quente para produzir energia. Ou seja, trabalho na área da geotermia.

3. Em que ano e onde é que entrou no curso de Geologia?

Foi em 1995, aqui em Lisboa [Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa].

4. Qual foi o primeiro contato consciente com a Geologia e como aconteceu?

Foi na faculdade. Agora não sei como estão os ingressos no ensino superior, mas, na altura, o que era importante era entrar na faculdade, fosse para onde fosse. Eu não tinha média nem para biologia, nem para engenharia química, que eram aquelas coisas que puxavam mais por mim. Fui parar a Geologia como última opção. Quando chegou ao fim o primeiro semestre, disse aos meus pais ''É isto, é isto que eu quero!''. Uma coisa era apanhar fósseis, pedras, gostar das rochas, mas eu não tinha aquela noção do que é que era a Geologia, porque, aliás, nem sequer havia Geologia no ensino secundário. Havia algumas escolas que tinham Geologia mesmo no 12º ano, mas eram raras. Portanto, o objetivo era entrar na Faculdade de Ciências e depois tentar a biologia ou alguma coisa mais voltada para a química. Aliás, o objetivo, na altura, era entrar, ponto. Já estando lá dentro, depois, no final do primeiro ano, pedia uma transferência.

5. Mas essa transferência não aconteceu. O que aconteceu nesse primeiro semestre?

Não sei muito bem. Foi o ambiente. Tínhamos uma cadeira que na altura fazia todo o sentido, que era 'Geologia e Sociedade'. Convidavam alguém, de fora, ou alguém que estivesse mesmo a trabalhar na área, às vezes também os próprios professores, e eles falavam sobre o que faziam. Às tantas, uma pessoa começa a pensar "Espera aí! Isto é importante! Os geólogos fazem aqui muita coisa!". Não tinha a noção de tudo em que estamos envolvidos.

"Às tantas, uma pessoa começa a pensar "Espera aí! Isto é importante! Os geólogos fazem aqui muita coisa!"

6. Lembra-se se alguma exposição particular em 'Geologia e Sociedade'?

Lembro-me de uma aula especial que foi o [José] Saramago que a foi dar. Não foi no meu primeiro ano, foi enquanto eu estive no departamento como aluna, mas lembro-me que foi por causa do livro "A Jangada de Pedra". Acho que foi o momento mais solene que tivemos na altura.

7. Disciplina preferida e quem a deu?

Do curso todo? Recursos minerais metálicos. Dada pelo professor António Mateus.

8. Porque é que foi a disciplina preferida?

Acho que tem a ver com a maneira de ser do professor, a dinâmica, o facto de nos identificarmos com a maneira como expunha as coisas. Mais tarde, foi o meu orientador de mestrado. 

9. Então, assim, obviamente que os minerais metálicos se destacam. Que outras disciplinas mais a entusiasmaram?

A geofísica, a mineralogia. A Geologia geral, na parte da mineralogia e da cristalografia. 

10. E as que não gostou muito?

A área que eu que eu gostava menos era a da sedimentologia.

"Nas disciplinas que gostava mais, ficava mais à frente, nas que gostava menos, ficava mais atrás"

11. Do seu ano, que colegas de curso trabalham em Geologia?

Do meu ano, trabalham quase todos em Geologia. Assim, de repente, ocorre-me o Celso Pinto, a Sara Vieira… Mas estão quase todos a trabalhar na área.

12. Era uma aluna média, boa ou muito boa?

Nas disciplinas que eu não gostava, era média. Nas disciplinas que eu gostava, era uma aluna muito boa. Portanto as minhas notas são todas… (desenha com a mão altos e baixos no ar – risos).

13. De uma forma geral, eram uma aluna participativa ou mais calada?

No mestrado fui mais participativa. Mas na licenciatura, não sendo daqueles alunos que ficam muito para trás na sala, era mais recatada. Nas disciplinas que gostava mais, ficava mais à frente, nas que gostava menos, ficava mais atrás. (risos) Ouvia, e tirava apontamentos.

"(...) que se lembrou de irmos apanhar amostras para vender na feira. Íamos uma semana para o campo à procura das minas para apanhar os minerais"

14. Nos tempos em que foi estudante, além da Geologia, tinha outros interesses ou atividades extra?

Fui a congressos e coisas do género, mas nada além disso. O polo de Estremoz [GeoUE] organizava muitas saídas de campo e nós íamos todos à aventura. E depois havia a comissão de curso das amostras: íamos com as cópias das cartas geológicas à procura de minas para encontrar minerais nas escombreiras.

15. Houve um dia que foram parar à feira dos minerais. Como é que isso surgiu?

Estivemos no museu a arrumar ou a limpar umas amostras e a comissão de curso tinha de fazer dinheiro. A Feira dos Minerais ia acontecer dentro de uns tempos e houve um colega que se lembrou de irmos apanhar amostras para vender na feira. Íamos uma semana para o campo à procura das minas para apanhar os minerais, comprávamos as caixinhas, montávamos a amostra na caixa, imprimíamos o nome do mineral e proveniência e colávamos. (risos) Ativamente éramos três colegas no grupo, as restantes pessoas foram-se desligando ao longo do tempo.

16. E em que regiões do país andavam?

Andávamos por todo o lado! Íamos a tudo o que era escombreiras de minas. Portanto, desde o sul, a Mina de São Domingos, a Mina de Miguel Vacas, que acho que era a que tinha malaquite e azurite, ao norte. Chegámos a apanhar minerais de urânio. Aproveitávamos para conhecer a Geologia de cada zona, apanhávamos uns minerais e depois íamos vender para a feira.

17. Fizeram boas receitas?

Fizemos! No primeiro e no segundo ano, nem tanto, mas depois começámos a comprar amostras e a conhecer os retalhistas, e o caso mudou de figura. Mas o Miguel Barroso era o que estava mais dentro dessas questões. Ele hoje tem uma loja onde vende minerais [Cubic Mineral].

19. Lembra-se qual foi o seu primeiro trabalho remunerado?

Já contratada, foi uma campanha de prospeção nos Açores. Acabadinha de sair da faculdade. Aliás, quando fui à entrevista ainda não tinha defendido a tese. O meu primeiro trabalho foi uma campanha de perfuração. Foi difícil, porque em termos de amostras frescas vulcânicas, o nosso contacto na faculdade, na altura, era reduzido. Por isso, quando começamos a entrar nos ignimbritos, naquelas coisas esquisitas, que é tipo o caixote de lixo, com cinzas, com bombas, eu olhava para a amostra que via, e era um processo destrutivo, só nos vêm bocadinhos de rocha para cima, eu olhava para aquilo e dizia "Epa, fogo, eu não vou ser capaz de fazer isto! Eu não sei o que é isto". Então comecei a dividir por componentes "Isto é lava, isto é basalto, isto é não sei que mais. E depois, a nossa empresa trabalhava com um consultor, que é a Geotermex, são os "cromos" da geotermia. O geólogo deles às tantas vem, para me ajudar e apoiar, e então sim, começou-se a fazer luz. Aprendi bastante com ele. É o Roger Henneberguer.

"(...) só nos vêm bocadinhos de rocha para cima, eu olhava para aquilo e dizia "Epa, fogo, eu não vou ser capaz de fazer isto! Eu não sei o que é isto"

20. Que tarefa ou tarefas tinha de fazer em específico?

O que eu fazia concretamente chama-se ''mud logging'', que consiste em fazer um log geológico das formações que são atravessadas durante a perfuração. Além disso, tinha de fazer o acompanhamento dos parâmetros de perfuração, tais como a velocidade de avanço, a rotação, indicar se havia ou não retorno do fluido de perfuração e o seu peso, temperatura de entrada e saída, etc. Isto tudo sem qualquer tipo de preparação para este tipo de trabalho. Quando lá cheguei, tinha um outro consultor, engenheiro de perfuração, e éramos os únicos da empresa para a qual eu trabalhava, o resto era tudo subcontratado. Lembro-me perfeitamente que a primeira pergunta que lhe fiz foi ''Como é que eu sei a que profundidade é que estamos?''. Hoje em dia, numa sonda de perfuração grande, é tudo eletrónico e temos a informação toda nos ecrãs, mas naquela altura não. Ali, tínhamos que fazer contas para perceber quanto estava de fora, quanto é que tínhamos dentro do furo, era complicado. Mas tinha muita vontade de aprender e de trabalhar.

21. Há alguém que considere uma georreferência?

Na minha área, é o Roger [Henneberguer], sem dúvida. Para além de todo o conhecimento que ele tem acumulado devido aos muitos anos de trabalho em vários campos geotérmicos do mundo, como Portugal, Islândia, Filipinas, Japão, América Central, é uma pessoa com um sentido de humor bastante refinado. É sempre um tempo bem passado quando ele nos vem visitar.

" Só quando nós furamos é que sabemos se o recurso está lá ou não. E essa envolvência e a confirmação dos estudos prévios, é que dá aquele entusiasmo"

22. Qual é a atividade que mais prazer lhe dá e porquê?

São as campanhas de perfuração. É toda aquela excitação. Nós podemos fazer campanhas de geofísica, geoquímica, geotermómetros, geobarómetros, etc., mas pode estar lá algo ou não. Só quando nós furamos é que sabemos se o recurso está lá de facto. E é essa envolvência e a confirmação dos estudos prévios que dão aquele entusiasmo.

23. E há muitos momentos de confirmação positiva?

Sim, são bastantes as vezes em que acertamos. Mas outras vezes, estão lá os indicadores todos, mas depois não está lá o recurso. Também acontece.

24. E o que é que não gosta mesmo de fazer?

Gerir pessoal, equipas, (pausa) principalmente quando estamos em campanhas de perfuração. É muita gente envolvida. São consultores da parte da perfuração, maioritariamente estrangeiros, depois é a equipa de Geologia – que normalmente são os que dão menos trabalho (risos) – e temos ainda uma equipa de auxiliares e outra equipa que opera bombas e tudo isto tem de funcionar em conjunto. Muitas pessoas, diferentes formações, diferentes feitios… é preciso ter um bom jogo de cintura. Estas campanhas de perfuração funcionam em regime de turnos em contínuo, 24h por dia, sem sábados, domingos, feriados ou férias, e isto causa um grande desgaste e cansaço nas equipas. Algumas vezes, se acontece alguma coisa, temos de ir ao furo a meio da noite. E, frequentemente, na noite anterior a essa tinha acontecido alguma coisa e também tínhamos dormimos mal, e no meio disto tudo, às vezes, apetece mandar todos 'à fava', mas é preciso continuar, gerir equipas e a frustração. E claro, sentimos que só nós é que temos de estar ali a esforçar-nos, porque os outros não se esforçam. Enfim, gerir equipas é muito difícil.

25. Quantos geólogos é que costumam estar nessas campanhas?

Nas campanhas de perfuração temos quatro geólogos para cobrir as 24 horas dos turnos.

"o objetivo, como diz o meu administrador, é 'produzir eletrões' "

26. Qual é a sua publicação favorita na área das geociências? Por ser um artigo, livro, carta…

Eu gosto muito da revista Geotermics, onde a maior parte dos artigos estão relacionados com a geotermia. 

27. Consulta muito?

Às vezes… não muito. Quando há tempo, vejo algumas coisas. Quando estamos a trabalhar numa empresa e o objetivo, como diz o meu administrador, é 'produzir eletrões', temos de estar focados é na produção de energia e otimizar essa produção e a exploração, monitorizar a exploração e ao que ainda acresce a outra parte de fazer os furos que depois vão alimentar essa produção. E com isto tudo acabamos por ter pouco tempo para a parte do prazer de ler qualquer coisa. É mais quando estamos com um problema, procuramos literatura para ver se aquela situação já foi tratada por alguém antes e espreitamos a maneira como foi resolvida.  

28. Há uma Rita um bocadinho mais académica, que gosta de investigação?

Há, sim. Mas no meio empresarial não há muita margem para isso. Depende um bocado das empresas. No sítio onde eu estou, não há muita margem para isso. Alguns colegas meus foram a um programa que se chama "Universidade das Nações Unidas", que ocorre na Islândia. São seis meses de cursos intensivos de geotermia e a empresa deu essa oportunidade. só que eu engravidei nessa altura e não deu. (risos) Quando forem mais velhos digo-lhes "Por causa de ti eu não fui para a Islândia!" (fingindo refilar/risos)

29. Qual foi o evento que considera mais marcante ao longo da carreira?

O mais marcante acho que foi a primeira vez que abrimos um poço geotérmico. Fizemos uma coisa que agora já não se pode fazer, que se chama descarga vertical: abrimos o poço e começa-se a libertar água e vapor para a atmosfera. É uma coisa espetacular. Aconteceu pouco tempo depois de me juntar à empresa que tinha as centrais em São Miguel [Açores], talvez no ano 2004 ou 2005.

30. Foi a única vez, ou esse momento repetiu-se?

Repete-se. Ou seja, acontece sempre no final da perfuração de um poço, no momento em que o abrimos e ele entra em produção. A diferença é que agora já não se faz para cima, mas sim para uma linha de ensaios horizontal. É uma sensação espetacular, a pessoa fica toda arrepiada. É fixe! (sorriso)

"Acho que se fosse bióloga seria frustrada com aquilo que estaria a fazer (...) quando se fazem aqueles testes psicotécnicos, deu-me o resultado de "ciências ao ar livre" e eu não percebi o que era aquilo"

31. Tem algum momento que identifique como um falhanço ou mais complicado?

Acho que o momento mais complicado foi recente... É quando fazemos um poço e o mesmo não é produtivo, não tem nada que se possa explorar. Custa bastante.

32. Mais ou menos, quanto custa uma operação destas, para se perceber a responsabilidade que está inerente?

Um poço geotérmico, já contabilizando equipas, consultores, materiais, sonda de perfuração, fica à volta de dois a quatro milhões de euros, mais ou menos.

33. Quando é que se percebe que o poço não vai dar nada?

Há alguns indicadores que começam a deitar os nossos ânimos abaixo ao longo da perfuração, mas a certeza absoluta é só quando se abre ou quando se espera um mês após o fim dos trabalhos e se faz um perfil de pressão e temperatura. Nessa altura é que vemos se o poço já aqueceu ou não aqueceu. Mas depois há sempre maneiras de reaproveitar o poço ou de o estimular.

34. Para nós, pessoas comuns, quatro milhões de euros é muito dinheiro, mas para as empresas de geotermia? É um investimento muito pesado ou nem tanto?

É sempre muito dinheiro! É um investimento muito grande, porque não se faz só um poço, são contruídos vários poços numa campanha. Depois, a dimensão do projeto também conta. No caso de São Miguel, o projeto já está bem instalado, com duas centrais, e já estão em velocidade de cruzeiro. No caso da Terceira, o projeto está a começar, ainda com uma central piloto que só está a trabalhar desde 2017. Portanto, temos de começar a produzir maior quantidade para conseguir rentabilizar o projeto e, posteriormente, poder expandir, mas para isso acontecer é preciso ter o recurso. Caso não o haja, o projeto inteiro fica comprometido. Mas já temos umas ideias a marinar. (risos) Não se para!

35. Se não estivesse a fazer o que faz atualmente, consegue ver-se a fazer outra coisa?

Não. Não consigo. Acho que se fosse bióloga seria frustrada com aquilo que estaria a fazer. Costumo contar que, pela altura do 9º ano, quando se fazem aqueles testes psicotécnicos, deu-me o resultado de "ciências ao ar livre" e eu não percebi o que era aquilo. Eram ciências, pronto! Mas agora faz-me todo o sentido: ciências ao ar livre, Geologia! (risos) Penso que agora há mais divulgação da Geologia no secundário, mas eu sou da altura em que no 12º ano tínhamos três disciplinas: a matemática, a química e a biologia. Em algumas escolas havia a opção de Geologia, mas nem sequer era considerada uma opção, ou pelo menos para mim não foi. Nós não tínhamos contacto nenhum com a Geologia. Havia sempre mais alternativas de saídas com a biologia. 

36. Para terminar, Açores. Como é que surgiu esta ida para os Açores? 

Acabei o mestrado, apareceu a oportunidade de emprego, respondi e fui selecionada. Ia por seis meses, para a tal campanha, e acabava o contrato. E depois não acabou. (risos) Desde 2003, já lá vão 19 anos. Não me fez nenhuma confusão. Não sei como é que está agora o mercado de trabalho, mas na altura todos tínhamos consciência de que era difícil encontrar emprego aqui, em Lisboa. Por acaso foi uma das perguntas que me fizeram, lá nos recursos humanos, "Então, mas agora, vai sair de casa dos pais?", "Sim, mas, está na hora! Vou-me fazer à vida". (risos) Eu queria era trabalhar, se calhar não processei bem as implicações.

37. E agora, Açores no coração?

Sim, mas sempre com uma perninha aqui [Lisboa]. Venho sempre que posso.


Intraclasto

O objeto especial da Rita

A lupa de bolso, apetrechada de um íman, sinal de que o calor geotérmico não lhe derreteu o gosto pela mineralogia. Sendo um objeto indispensável à maioria dos geólogos, a lupa, quer magnifique 4x, 10x ou mesmo 20x, continua a ser tecnologia de ponta para os que se aventuram na identificação mineral e litológica em amostra de mão. chave para um mundo invisível à vista desarmada, acessível a todas as carteiras.


Geomanias

Rocha preferida? Pegmatito

Mineral preferido? Molibdenite ou cinábrio... umas coisas mais exóticas

Fóssil preferido? Trilobite

Era, Período, Época ou Idade preferido? Câmbrico. Coisas velhinhas. Nada de rochas fresquinhas (risos)

Martelo ou microscópio? Lupa binocular 

Trabalho de campo ou de gabinete? Campo. Mas tem de ser sempre complementado com o trabalho de gabinete

Pedra Mole ou pedra dura? Dura

Unidade litoestratigráfica preferida? (hesitando) Essa é difícil. A Formação Dolomítica de Moura-Ficalho, num local chamado Enfermarias. Foi o objeto de estudo da minha tese de mestrado. 

Amostra de mão ou lâmina delgada? Amostra de mão. Mas é difícil... a lâmina delgada também nos diz sempre mais qualquer coisinha

Recursos minerais metálicos ou não metálicos? Metálicos. Há um indicador que estamos dentro do reservatório que é a pirite (risos)

Lusitânica ou Lusitaniana? Lusitaniana


Teaser da Entrevista