
Elsa Gomes
Novembro 2025
MINERALOGIA E PETROLOGIA
SÓCIA APG Nº O1117
Nascida, criada e formada em Coimbra, foram os vulcões e os documentários do casal Kraft que a convenceram. Docente na Universidade de Coimbra, ensina e investiga Mineralogia, Petrologia e Geoquímica. Apesar do gosto pelo microscópio, tem de haver martelo antes e, quando já lá está, adora o campo. Mas se é para escolher, não duvida: dar aulas!
"(...) foi a defesa da tese de doutoramento. Primeiro, pelo peso histórico – foi na sala dos Capelos –, pelo desconforto do traje. Depois, porque ao fim de alguns anos de trabalho, chegamos àquele momento e dizemos "Ainda vou ter de enfrentar três horas" – porque a discussão foram três horas! – "Vou ter aqui de enfrentar esta conversa de três horas com sete especialistas" (...) e o que mais me custou foi não ter lanchado. (risos)"
Foi numa tarde quente de julho, na ainda mais quente sala de Petrografia do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra onde é professora, que ouvimos a geohistória da Elsa Gomes. Nascida em Coimbra, a sua paixão pela Geologia foi alimentada pelos documentários incandescentes do casal Kraft. Acabou por se afastar dos vulcões, mas manteve-se firme na câmara magmática: especialista em Petrologia Ígnea e Geoquímica, com uma mão no martelo e um olho ao microscópio, aspira ainda a "poeira-a-a" em suspensão, piscando o olho à Geologia Ambiental. A Mineralogia foi, no início, a pedra no sapato desta geóloga. Hoje é, com deliciosa ironia, a sua disciplina favorita para lecionar... "às vezes não gostamos de algo só porque não o estudámos o suficiente", diz, com ar de quem já fez as pazes com os minerais. Entre aulas, investigação e tarefas administrativas que "roubam tempo à ciência", Elsa recorda a defesa do doutoramento como uma maratona de três horas sem lanche, um feito hercúleo no desconfortável traje académico. Venham conhecer a tímida Elsa, que prova que o humor e a ciência podem coexistir no mesmo afloramento e ainda resistir à erosão do quotidiano universitário.
Entrevista
Coimbra, julho de 2024
1. Nome, data e local de nascimento.
O nome completo, Elsa Maria Carvalho Gomes. Data de nascimento, 18 de novembro de 1963. E o local de nascimento, Coimbra.
2. Conte-nos, de forma simples, para leigos, o que é que faz profissionalmente?
Sou docente no Departamento de Ciências da Terra [DCT] da Universidade de Coimbra. Leciono fundamentalmente as unidades curriculares de Mineralogia, Petrologia Ígnea, Recursos Minerais Metálicos. Isto atualmente. Depois, dou alguns módulos de mestrado, e também já dei alguns de doutoramento. Mas mais lá atrás, já lecionei Petrologia Sedimentar, por incrível que pareça! (risos) E Geologia Estrutural, Tectónica também, Petrologia Metamórfica... Acho que podemos ficar por aqui. (risos) Já tenho assim um leque bem alargado de disciplinas lecionadas. Relativamente à investigação, também posso dizer que tenho um leque considerável, embora não seja tão largo, obviamente. Começo pela parte mais clássica. Desde o início, a minha área de investigação fundamental é a Mineralogia, a Petrologia e a Geoquímica. Portanto, o que é que eu faço em termos de tarefas concretas? Obviamente não dispenso o trabalho de campo, está sempre lá, quer a cartografia, ou simplesmente a colheita de alguma informação, em termos de litologias, de estruturas geológicas e, claro, a amostragem. Depois passamos à parte do estudo das próprias amostras, uma vez que estou a falar para leigos tenho de indicar todos estes passos, e ao estudo das rochas, concretamente à petrografia, que é o estudo mesoscópico e microscópico de exemplares de rochas, com identificação dos minerais, das texturas, e também das estruturas, sobretudo no caso das rochas metamórficas. Depois há a parte da química mineral, utilizando técnicas analíticas, para análise pontual de minerais, essencialmente, e a química da rocha total. Todos estes resultados vão permitir inferir a natureza da rocha, a natureza da rocha-mãe, a idade e o contexto geológico e geotectónico em que aquela rocha se formou. O objetivo fundamental é esse. Também me dedico um pouco ao estudo de mineralizações e aí, na realidade, as metodologias são muito semelhantes, o que muda é, essencialmente, o objeto de estudo. São minerais também, mas são minerais metálicos, e interessam-me quer as mineralizações, quer a rocha hospedeira. Estes são os meus trabalhos mais clássicos, digamos assim, dentro da Geologia clássica, como se costuma dizer. Já no âmbito daquele chapéu da Geologia Ambiental, tenho realizado trabalhos de monitorização da qualidade do ar. Estou a falar de partículas, não dos gases. Não são propriamente trabalhos de investigação, mas sim serviços para o exterior, fundamentalmente em instituições públicas e indústria. Nisto não estou sozinha, tenho alguns colegas comigo e o que fazemos é: utilizando um equipamento que se designa por coletor ou amostrador de partículas, vamos, quer em ambiente indoor ou outdoor, colher ou amostrar as partículas que estão em suspensão no ar. É óbvio que se considerarmos a área do conhecimento, isto é mais transversal, não é propriamente Geologia pura, mas do meu ponto de vista, é interessante, gosto de o fazer. E o que é que se faz concretamente? Tem-se o amostrador, que é quase que um aspirador. (risos) Aspira o ar e as poeiras em suspensão. Podemos fazer amostragem para partículas com dimensão inferior aos 10 micra ou inferior aos 2,5 micra. Quanto mais finas, maior é a possibilidade de serem potencialmente nocivas para a saúde humana. Porquê? Porque podem alcançar os locais mais profundos do sistema respiratório. Portanto, basicamente determinamos a concentração de poeiras, i.e., de partículas, que é o termo científico, e determinamo-la para avaliar a perigosidade, comparando os valores da concentração, que vêm em microgramas por metro cúbico, com os valores de referência na legislação e os valores também indicados pela Organização Mundial de Saúde. Claro que também podemos fazer a análise por SEM-EDS [microscópio eletrónico], que é uma técnica analítica que permite identificar as partículas, vendo-as ampliadas.

Queima das fitas, ano letivo 1984-85, Universidade de Coimbra, Geologia [Elsa Gomes na fila de cima, terceira a contar da direita].
3. E também faz a identificação das partículas?
Exatamente, e a determinação da composição química pontual das partículas amostradas. Claro que temos aqui uma série de passos, porque até chegarmos às partículas amostradas, há que determinar a massa do filtro, com amostra e sem amostra, para depois termos a massa da amostra, fundamental para termos a concentração das partículas, utilizando a massa da amostra e o volume de ar que passa no amostrador, ou seja a massa das partículas por metro cúbico de ar. Os períodos de colheita podem ser variados. Se for um lugar muito poeirento, teremos menos tempo, mas se for pouco poeirento, podemos ter um dia, dois dias, para temos massa suficiente. A determinação da massa é realizada com uma balança de precisão. Finalmente, podemos fazer a análise química das partículas, não partícula a partícula, mas no global, por exemplo análises por ICP (Inductively Coupled Plasma), e comparar com os valores indicados na legislação, mas são muito poucos os elementos químicos que estão legislados: o chumbo, o arsénio, o cádmio e o níquel, basicamente.
4. E que tal o ar em Coimbra, está bom, está respirável?
Por incrível que pareça, ainda não o fiz. Ou por outra, já fiz alguns trabalhos, já há uns anos, mas sem coletor. Isso já foi com a minha saudosa colega Celeste Gomes, e, portanto, analisávamos as poeiras que eram depositadas nas folhas dos loendros, esses arbustos que existem pela cidade. Ultimamente, temos usado o coletor, adquirido mais tarde.
5. Em que ano e onde é que ingressou no curso de Geologia?
Eu sou muito consistente, muito constante, foi em Coimbra, na Universidade de Coimbra. (risos) No Pólo 1, claro, em 1982. Não foi assim há tanto tempo, foi anteontem, praticamente. (risos)
"Na minha adolescência eu consumia todos aqueles documentários do casal Kraft, dos vulcanólogos, a Katia e o Maurice, e fiquei fascinada com os vulcões. (...) estive um dia inteiro a fazer testes de vocação profissional, mas o resultado eu já o sabia."
6. O que a levou a seguir Geologia?
Eu acho que, como muita gente, como muitos estudantes de Geologia, ainda hoje, foi – e isto não é nada original – a paixão pelos vulcões. (risos) Na minha adolescência eu consumia todos aqueles documentários do casal Kraft, dos vulcanólogos, a Katia e o Maurice, e fiquei fascinada com os vulcões. E tive sempre na ideia a Geologia, mas ao mesmo tempo gostava muito de biologia e de matemática. Entretanto, inclusivamente, fiz uns testes de vocação profissional, porque o meu pai era muito rigoroso nessas coisas, e levou-me a fazê-los, estive um dia inteiro a fazer testes de vocação profissional, mas o resultado eu já o sabia. (risos) Era ciências, mas nada de ciências da saúde, nada, nunca tive essa vocação. E como eu tinha também esse gosto pela biologia e pela matemática, pensei em entrar em engenharia do ambiente. Na altura, o curso era muito recente, havia em Aveiro, e eu achei que ia gostar. Mas depois pensei assim "Bom, mas eu tenho aqui [em Coimbra] uma universidade em casa". Isto já foi há muitos anos, se fosse hoje era diferente, hoje o melhor para os jovens é mesmo saírem de casa, não é?

Durante a década de 1990, em trabalho de campo, no Alvito (Ferreira do Alentejo).
7. Uhm, não sei, com o preço das casas…
Nessa perspetiva é verdade. Mas porque é que eu não quis sair? Porque também não quis sobrecarregar os meus pais com um encargo financeiro maior. Portanto, acabei por entrar em Geologia. Pus Geologia em primeiro lugar e engenharia do ambiente em segundo. Como tinha nota, entrei em Geologia, não tinha dúvidas que ia entrar em Geologia.

"O meu pai era uma pessoa de mente muito aberta e que via muito à frente (...) aceitava as nossas decisões, desde que percebesse que realmente nós estávamos no caminho que gostávamos."
8. E ficou mais perto dos vulcões, afinal está na Petrologia Ígnea…
E fiquei mais perto dos vulcões, pois! Mas, já agora, por incrível que pareça, à medida que fui avançando no meu conhecimento dos temas da Geologia, a paixão pelos vulcões desvaneceu-se um bocadinho. Um bocadinho não, bastante.
9. Como é que os pais reagiram à escolha da Geologia?
O meu pai era uma pessoa de mente muito aberta e que via muito à frente. Recordo-me que quando eu entrei no atual quinto ano, na altura era o primeiro ano do Ciclo Preparatório, era possível escolher entre o Francês e o Inglês, e o meu pai disse logo, "Não, tu vais para Inglês, esta é a língua do futuro!". Inclusivamente, tinha uma amiga cujos pais vieram perguntar ao meu pai o que é que ela devia também fazer. E eu e ela, dos colegas da escolinha, fomos as únicas que fomos para inglês. Mas o meu pai aceitava as nossas decisões, desde que percebesse que realmente nós estávamos no caminho que gostávamos.
10. Na família há alguém ligado à Geologia?
Nem família, nem amigos, nem conhecidos. Ninguém. Não fui influenciada por ninguém.
11. Enquanto aluna, qual foi a disciplina que mais gostou?
A disciplina que me entusiasmou particularmente foi a Petrologia Ígnea.
12. Quem a lecionava?
Era o professor doutor – vou aqui fazer esta introdução, porque em Coimbra somos todos doutores (risos) – Manuel Maria Godinho. E esse professor sempre me disse "Não, em Coimbra somos todos doutores. Não somos professores, somos doutores". Suponho que em Lisboa tratem os professores por professores. Aqui hoje em dia também, os alunos tratam-nos por professores.
13. Ou 'stores. (risos)
Ou 'stores, mas no meu tempo era doutor, era sempre doutor.
14. O que é que mais gostou na abordagem dele na Petrologia Ígnea?
Primeiro, ele era uma pessoa muito clara, tudo o que ele dizia era super claro, tinha um discurso muito claro sobre os temas que ele lecionava. Depois, os próprios temas em si também me entusiasmaram. Foi interessante porque a disciplina era do segundo semestre, do primeiro ano, e no primeiro semestre eu tinha ficado um pouco abalada com a Mineralogia. A Mineralogia não tinha corrido assim muito bem. (risos) Nós tínhamos, se bem me lembro, Mineralogia, Geodinâmica, e depois as outras três disciplinas eram fora do departamento, matemática, química e tínhamos invertebrados, que era uma disciplina da biologia e que era obrigatória. E a única disciplina que me correu mal foi a Mineralogia. Fiquei um pouco abalada, e quando, entretanto, veio o segundo semestre, eu já estava aqui a pensar se não seria melhor retomar aquela possibilidade da engenharia do ambiente. (risos) Isto da Mineralogia foi, realmente, um golpe duro. Mas lá veio a Petrologia Ígnea e correu muito bem, gostei imenso. Então, escondi aquela mágoa que eu tinha da Mineralogia e decidi enfrentar o desafio de ser geóloga, não de estudar vulcões, mas estudar rochas ígneas, de uma forma geral.
15. Na altura em que fez o seu curso, era de quantos anos?
Quatro anos. E no 4º ano, tínhamos Seminário no primeiro semestre e Estágio no segundo semestre. O meu Estágio foi orientado pelo doutor [António Fernando] Ferreira Pinto e foi sobre rochas calco-silicatadas. Não, não foi nada, foi sobre anfibolitos! (risos) É que eu também fiz o Seminário com ele. Já sei, fiz o Seminário sobre anfibolitos e Estágio sobre calco-silicatadas!

À saída das provas de doutoramento, março de 2001, Universidade de Coimbra.
16. Foi uma aluna média, boa ou muito boa?
Bom, eu vou-me situar ali entre o bom e o muito bom. Tinha dias em que o meu aproveitamento era bom, e noutros dias era muito bom. A Mineralogia não, a Mineralogia foi suficiente. (risos)
17. Mais calada ou mais participativa?
Agora assim à distância, eu era calada, mais do que aquilo que devia. E o ambiente, naquele tempo, não era convidativo a que participássemos. Quer dizer, nas aulas práticas um pouco, mas nas teóricas nem pensar, nem pensar!
18. E envolvia-se em atividades extracurriculares?
Sim, mas desportivas. (risos) Joguei basquetebol na Associação Académica de Coimbra [AAC]. Tinha três treinos por semana e um jogo no final da semana, portanto, tinha o tempo bastante ocupado, não dava para mais nada. Estudar Geologia e jogar basquetebol. Joguei até aos 21 anos, porque depois tive umas lesões nos joelhos e tive de parar.
19. Há fotografias disso?
Eu tenho algumas da equipa, mas a jogar, propriamente, acho que não tenho. E com o equipamento acho que não tenho. Tenho de ir ver nas gavetas, não sei. Quer dizer, na altura, os equipamentos eram da AAC, nós devolvíamos. Tinha o equipamento de treino que era meu, mas o equipamento de jogo não, e o equipamento foi muito usado, acho que já não existe. (risos) As sapatilhas também eram as famosas All Star e aquilo ficava tudo roto num instante. Tenho pena de não ter nenhumas memórias físicas disso.
20. E envolvia-se em mais alguma coisa da AAC, no espírito e na cultura académica?
Nem por isso. Eu até vos posso dizer que, no primeiro ano, não tinha fato académico, e até tinha dito à minha mãe "Não, eu não quero fato académico". Só que era um desgosto, os meus pais ficariam muito desgostosos. Ainda mais, a minha mãe sabia costurar e queria fazer-me o fato académico. Portanto, no primeiro ano não aceitei, mas no segundo ano, está bem, "Mãe, faz-me o fato académico" e a minha mãe fez-me o fato. (risos)
21. E deu-lhe bastante uso…
Usei durante a Queima das Fitas. No ano do carro, terceiro ano, fiz parte da comissão da Geologia, para angariar fundos para prepararmos as festas e para depois termos fundos para o financiamento para o carro e para os trajes. Naquela época, quando se punha cartola, podíamos levar um traje diferente, não íamos com o traje académico. O nosso traje era espetacular. E, obviamente, o que angariávamos também dava para termos champanhe e cerveja. Aliás, lembro-me que o champanhe foi todo oferecido, mas a cerveja tivemos de pagar. (risos) Ao princípio também estava naquela de não participar, mas os colegas também iam…

"Agora assim à distância, eu era calada, mais do que aquilo que devia. E o ambiente, naquele tempo, não era convidativo a que participássemos."
"(...) era uma disciplina do quarto ano, e quem eram os meus alunos? Eram os meus colegas! Foi um bocadinho difícil e traumatizante. "
22. Qual foi o seu primeiro trabalho em Geologia?
Foi o estudo do plutonito do Coentral, na Serra da Lousã. Fiz a cartografia do corpo granítico e do encaixante, obviamente na vizinhança do primeiro. Fiz o estudo petrográfico – lá vamos nós à Geologia clássica –, a geoquímica, a química mineral, a geoquímica de rocha, e depois também a petrografia da rocha encaixante e a idade. Na altura havia poucas universidades com cursos de mestrado, e em Coimbra não havia cursos de mestrado, só apareceram dois ou três anos mais tarde. Não fazíamos a dissertação de mestrado, fazíamos as chamadas "provas de aptidão pedagógica e capacidade científica" que, para além da defesa de uma monografia, que era uma tese, o equivalente da dissertação de mestrado, tínhamos ainda de preparar uma aula. Portanto, num dia dávamos a aula, era uma hora de aula, e no outro dia defendíamos a monografia. E este estudo do granito do Coentral enquadrou-se nestas provas.
23. Já estava a dar aulas?
Sim, já era assistente estagiária, e estas provas foram cerca de quatro anos depois, foi quase o tempo de fazer um doutoramento. (risos)
24. Quando começou a dar aulas, por quais disciplinas começou?
Comecei como monitora, mesmo antes de terminar a licenciatura. Foi um bocadinho traumatizante, acabávamos por ficar sozinhos com as turmas práticas, porque, legalmente – não sei se deva dizer isto, mas já passaram tantos anos –, o monitor ajudaria o professor na lecionação das aulas práticas. Mas não, acabámos por ser responsáveis por turmas. E fui monitora de uma disciplina, cujo nome não me recordo agora, mas era uma específica para os estudantes que seguiam a via do ensino. Ora, era uma disciplina do quarto ano, e quem eram os meus alunos? Eram os meus colegas! Foi um bocadinho difícil e traumatizante. Depois, como assistente estagiária, lecionei essencialmente as petrologias, a Petrologia Ígnea, a Petrologia Metamórfica e a Geologia Estrutural. E também a Mineralogia e Petrologia Gerais, que era uma disciplina específica da licenciatura em biologia, obrigatória. Dávamos 12 horas de aulas e era normalmente assim: práticas de três horas, três horas mais três horas, tínhamos aulas das duas às oito, normalmente, porque ficava tudo concentrado em dois dias seguidos. E eu sou sincera, no dia seguinte, tinha de descansar, porque eu nem voz tinha! (risos)
25. As turmas eram mais ou menos de que tamanho, à época?
No caso das petrologias, entre 15 a 18 alunos. No caso da Geologia Estrutural, chegámos a ter 30 alunos. Na altura, já era assistente estagiária, portanto, a turma "era minha". Eu tinha de me desenrascar. Havia aquela fase em que tínhamos de preparar as aulas, muitas das vezes do zero, mesmo, não havia nada, ou o que havia era muito pouco. E depois tínhamos de dar aulas. Entretanto, ao terceiro dia, já estava K.O. Depois, tinha o quarto e quinto dias para preparar as aulas da semana seguinte. Era mais ou menos isto. (risos) Alguns colegas foram mais rápidos do que eu, mas a coisa para mim resvalou um bocadinho. (risos)

Trabalho de campo no Alentejo, nos anos 90 (da esq. para a drt: António Ferreira Pinto, António Soares Andrade, Elsa Gomes e Luís Nabais Conde].
26. Foi colega de alguém daqui [DCT]?
Sim, do Luís Vítor [Duarte], do mesmo ano. O Fernando Carlos, que foi meu aluno e, depois, meu monitor, mas foi monitor a sério, ajudava-me nas aulas de Geologia Estrutural. Depois de mim entraram a Ana Castilho, o Pedro Dinis, o Pedro Callapez. Mas é engraçado, acho que só o Fernando Carlos foi meu aluno, nem o Pedro Dinis, nem a Ana Castilho, nem o Pedro Callapez o foram. Eu só dava práticas, porque havia muitos doutores, e os doutores ficavam com as teóricas, nós dávamos as práticas.
27. Naquilo que tem sido a sua vida profissional, qual é a atividade que mais prazer lhe dá?
Eu gosto bastante da investigação. Mas da docência, gosto mesmo muito. E, particularmente, gosto de lecionar unidades curriculares do primeiro ano. Gosto de receber os estudantes, sobretudo porque acho que os estudantes que entram na universidade vêm com aquela expectativa, cheios de vontade, e nós vemos isso. Se calhar vocês já repararam nisso, já tiveram essa experiência, eu, pelo menos, sinto isso. Por exemplo, são muito mais assíduos, mais interessados, e depois, à medida que vão avançando no curso, perdem um bocadinho esse interesse. Estou a falar de uma forma geral, é certo que há estudantes que continuam iguais, mas gosto muito de receber os alunos do primeiro ano, de os conhecer. Gosto de ser coordenadora da licenciatura, sobretudo nesse papel de receber os alunos do primeiro ano. Depois, tem muitas outras coisas que não são assim tão agradáveis, mas pronto.
28. Quais são as coisas que menos gosta de fazer?
Agora vou parecer um pouco contraditória, mas o que me custou muito fazer, por incrível que pareça, foi preparar, pela primeira vez, as aulas teóricas de Mineralogia. Porque aquela situação mal resolvida do meu primeiro ano, abalou-me durante um tempo. E quando acabei o doutoramento, disseram-me "Agora vais dar Mineralogia". A comissão científica decidiu que eu tinha de avançar com as teóricas de Mineralogia, salvo erro, porque a docente que, na altura, dava a disciplina, ia entrar de sabática, que era a professora Ana Neiva. Vinha com aquela nuvem negra sobre a minha cabeça, da Mineralogia, e tive de aceitar, "Tem de ser!", mas foi muito difícil. Porquê? Porque na altura a Mineralogia eram três horas de teórica, por semana, uma hora em cada dia. A Mineralogia é, ainda hoje, uma disciplina com vários capítulos e vários temas, tem sempre um bocadinho de cristalografia, de ótica, na altura tinha também a parte teórica da difração de raios-X, e ainda a parte da química mineral. Era assim um bolo muito grande. (risos) Um cadeirão. E, mais uma vez, como era normal, eu não tinha materiais didáticos, zero! Isto em 2001. Tínhamos de ir aos manuais, muita digitalização de imagens… O [Cornelis] Klein e [Cornelius] Hurlbut [Manual of Mineralogy] foi uma das minhas bíblias, entre aspas. (risos) Ou enciclopédia, melhor dizendo. E, portanto, tive de construir materiais, tive de fazer diapositivos, fiz uma pequena sebenta, que ainda hoje ando para remodelar, mas ainda não o fiz. Mas está atualizada!
29. Foram muitas semanas de trabalho…
Sim, durante esses três meses, não tive fins de semana, não tive feriados. Enfim, foi trabalho intensivo, mesmo, e foi um bocadinho duro. Obviamente que hoje adoro lecionar Mineralogia, é a minha disciplina favorita para lecionar. E, às vezes, quando os alunos dizem "Ai, não gosto deste tema", respondo "Não digam isso, porque muitas vezes nós não gostamos porque não conhecemos bem ou não estudámos". Há casos em que não gostamos mesmo, não é?! Mas noutros, quando aprofundamos, quando estudamos, acabamos por gostar, e foi o meu caso. (risos)
30. E há outras coisas que não gosta de fazer?
Sim, as tarefinhas de gestão. Qual é o problema? É que nos afastam da investigação. Roubam-nos tempo para a investigação. Não significa que eu desgoste propriamente, mas rouba tempo. Não é bem roubar, na nossa vida académica nós temos de estar preparados não só para fazer investigação, mas para fazer tudo aquilo que nos aparece à frente, e divulgação também, não é? E também somos avaliados por isso.

"E, particularmente, gosto de lecionar unidades curriculares do primeiro ano. Gosto de receber os estudantes, sobretudo porque acho que os alunos que entram na universidade vêm com aquela expectativa, cheios de vontade"
31. E essa parte da avaliação?
A nossa avaliação não é muito complicada, porque na realidade nós temos de inserir na plataforma os nossos indicadores. É muito simples, é só inserir por triénio: de três em três anos, somos avaliados, nas quatro áreas, que são a investigação, a docência, a divulgação e a gestão.
32. Existe algum geólogo, que seja seu contemporâneo ou não, que admire muito?
Para essa questão, seria fácil eu ir buscar ou pensar num geólogo contemporâneo de renome – e há aí alguns! Também seria fácil pensar nos meus mestres, quer sejam orientadores, quer sejam professores, são sempre mestres. Mas para não ser injusta e não deixar ninguém de fora, como referência que, a determinado momento admirei e admiro, vou falar do professor António Soares de Andrade, o doutor António Soares de Andrade. Ele até acabou por ser meu professor na disciplina de Geodinâmica Geral, aqui em Coimbra, mas foi no último ano em que foi docente em Coimbra, porque logo a seguir mudou-se para Aveiro. Eu estava no primeiro ano. Foi também ele quem esteve no júri da minha tese de doutoramento. E de onde é que nasce esta admiração? Quando eu comecei a estudar para o capítulo introdutório da minha tese – e eu fiz a minha tese de doutoramento no Alentejo –, comecei a estudar, a ler os trabalhos do doutor Soares de Andrade. O doutor Soares de Andrade fez o doutoramento em Nancy [França], no Instituto Nacional Politécnico de Lorraine, em 1973, numa época em que eram muito poucos e poucas os que iam para fora. Eu conheci-o e cheguei a ir ao campo com ele. Era uma pessoa muito calma, muito tranquila, muito ligado a pormenores. Ele tinha vários trabalhos na Zona de Ossa Morena, sobre o Maciço de Évora, que agora é o BIC – Complexo Ígneo de Beja – e também em unidades do Paleozoico e Proterozoico. Depois, comparei os trabalhos dele, já com alguma idade, vou dizer assim, relativamente aos trabalhos recentes – à época em que estava a redigir a tese – e vi que ele, com poucos recursos, praticamente só com o trabalho de campo e com a lâmina delgada, construiu modelos geotectónicos que não eram muito diferentes daqueles que eu via noutros trabalhos que tiveram a possibilidade de utilizar outras metodologias. Admirei-o por isso. Claro, podia escolher outras pessoas, obviamente, mas é aquilo que eu disse, não queria deixar ninguém de fora, então vou escolher um colega que me marcou.

"(...) e vi que ele [António Soares de Andrade], com poucos recursos, praticamente só com o trabalho de campo e com a lâmina delgada, construiu modelos geotectónicos que não eram muito diferentes daqueles que eu via, com outros trabalhos que tiveram a possibilidade de utilizar outras metodologias. Admirei-o por isso."
33. E qual é a sua publicação favorita na área das geociências?
Vou dizer duas. Fico por uma carta e um livro. Em relação à carta, há uma à escala 1:50 000 que acho espetacular e que deveria ser um recurso didático obrigatório das aulas de Geologia de Portugal, que é a carta 28-A de Mação [LNEG]. Para mim é uma obra de arte! É uma pintura que reflete, obviamente, a Geologia, porque a Geologia daquela área também é fantástica. Temos unidades geológicas desde o Proterozoico até mais recentes, tem todo o Paleozoico, menos o Câmbrico. Tem as cristas quartzíticas e, mais, no canto inferior tem ainda um bocadinho da Zona de Ossa Morena, no seu limite com a Zona Centro-Ibérica. É uma carta fantástica, que eu acho que devia ser obrigatória nas aulas de Geologia de Portugal e eu costumo trabalhar com ela, quando tenho tempo, porque quando não tenho fico-me só pela carta de Coimbra [sul, 19-D]. Já agora, vamos elogiar o autor da carta, que é o [Manuel] Romão, o autor principal, e o [Américo] Esperancinha, o "último coletor" dos serviços geológicos, que fez os levantamentos e que tinha um conhecimento incrível. Em relação ao livro, é o "Rochas Metamórficas", do professor Martim Portugal Ferreira, de 1972. E foi por este livro que estudei! Nenhum aluno hoje conseguia estudar por este livro! (risos) Este livro ensinou Petrologia Metamórfica a muitos estudantes de Geologia da Universidade de Coimbra, e não só. Eu diria que foram centenas, talvez milhares, porque ele foi professor durante muitos anos e era o livro que ele utilizava, e nós sabíamos isto tudo de trás para a frente.

"(...) o 'Rochas Metamórficas', do professor Martim Portugal Ferreira, de 1972. E foi por este livro que estudei! Nenhum aluno hoje conseguia estudar por este livro! (risos) Este livro ensinou Petrologia Metamórfica a muitos estudantes de Geologia da Universidade de Coimbra, e não só."
34. E mesmo em Lisboa, era uma das obras recomendadas.
Ainda hoje, tenho uma dúvida ou outra e venho aqui. Porque, na verdade, isto está tudo atualizado, mais coisa, menos coisa. Mas a Petrologia Metamórfica está muito consolidada. (risos) Há manuais muito mais recentes, que a nível de imagens e fotografias podem ser muito mais interessantes, e temos agora o modelo de classificação da IUGS. Mas também não sei se todos os geólogos dedicados às rochas metamórficas usam esse modelo de classificação, porque ele não é tão consensual como o das rochas ígneas, e é bastante mais recente.
35. E qual foi o momento mais marcante na sua carreira?
Sem dúvida que foi a defesa da tese de doutoramento. Primeiro, pelo peso histórico – foi na sala dos Capelos –, pelo desconforto do traje. Depois, porque ao fim de alguns anos de trabalho, chegamos àquele momento e dizemos "Ainda vou ter de enfrentar três horas" – porque a discussão foram três horas! – "Vou ter aqui de enfrentar esta conversa de três horas com sete especialistas". Foram sete. Fui interrogada por sete pessoas!

À saída das provas de doutoramento, março de 2001, Universidade de Coimbra.
36. Quem eram? Lembra-se?
Tinha a doutora Ana Margarida Neiva, o doutor [Manuel Maria] Godinho, o doutor [António] Ferreira Pinto, que era o meu orientador, tinha o doutor [António] Soares de Andrade, o doutor Ferreira Soares, o doutor [Fernando] Noronha, do Porto, de Braga, dos pegmatitos, o Carlos Leal Gomes, e de Lisboa, o [José] Munhá. Foi espetacular! (risos) E, de facto, foram três horas muito intensas, começou às duas, duas e meia, por aí. Eu naquela época gostava imenso de lanchar e o que mais me custou foi não ter lanchado. (risos) Eu já estava sem forças, mesmo! Ainda para mais, na Universidade de Coimbra, durante cerca de dois anos os doutoramentos não tinham nota, era aprovado ou reprovado. Depois voltou a mudar. Fui eu e a Lídia [Catarino] que fizemos o doutoramento durante esses dois anos, depois mudou logo. Por isso, não tenho distinção e louvor, só tenho aprovado por unanimidade. E quando eu saí da sala dos Capelos, tinha os meus colegas à espera e lembro-me que tentei pegar ao colo a filha da Celeste, que teria uns três ou quatro anos, e não tive forças para a levantar, porque realmente estava mesmo quase em hipoglicémia. (risos) Foram três horas, acho que é demais. Foi difícil. O professor Munhá foi acutilante, como era normal, mas depois disseram-me que ele nem tinha sido assim tão… foi uma versão meiga dele, e eu imaginei como seria ele se tivesse sido mais duro. (risos) Sobrevivi!

No dia do doutoramento, em março de 2001, à saída da sala dos Capelos [da esq. para a drt: Pedro Dinis, Jorge Dinis, Maria Helena Henriques, Elsa Gomes, Celeste Gomes e filha, Armando Rocha].
37. E há algum momento profissional que tenha sido complicado, um falhanço ou embaraço?
Sim, há um momento que foi complicado e embaraçoso, mas não chegou a ser falhanço, porque à última da hora aquilo resolveu-se. É também uma história muito engraçada e eu costumo, quando tenho alunos que estão um pouco nervosos para fazer a apresentação dos trabalhos, falar nisso. Conto-lhes a história e eles acabam por ficar descontraídos. Foi precisamente na apresentação da aula nas "provas de aptidão pedagógica e capacidade científica". Eu tinha a aula muito bem preparadinha, tinha de ser. E tinham-me dito "Olha, tu não decores nada, chegas lá e depois não te lembras das coisas e fica mais difícil". Ok, não decoro, eu sei do que é que estou a falar e tenho materiais para mostrar e, portanto, não vou decorar. Só que aquela introduçãozinha que nós fazemos, com o enquadramento, eu disse aquilo várias vezes e acabei por memorizar, mas não foi propositado. Ora, naquela altura nós íamos todos ver as provas dos nossos colegas. Portanto, eu tinha o anfiteatro do Pólo 1 cheio, com colegas e alunos e três elementos do júri, onde estava também o professor Ferreira Soares, o meu orientador, e o professor Manuel Serrano Pinto, da Universidade de Aveiro. E eles estavam sentados à minha frente, anfiteatro cheio, eu inicio a apresentação com a tal introdução e, de repente, falha-me a palavra. Já não me lembro qual era a palavra, mas sei que não conseguia andar para a frente, bloqueei completamente! E eu parei e pensei, "Vou começar do princípio, talvez a palavra surja na minha cabeça". Tinha o doutor Ferreira Soares a rir-se, a olhar para mim, e eu só conseguia olhar para ele e pensar o que é que eu vou fazer. E decidi repetir do princípio, mas cheguei ao mesmo sítio e bloqueei outra vez, "Epá, eu não vou sair daqui, como é que vou fazer isto?". (risos) Foi uma situação tão difícil, das coisas mais difíceis, nunca me aconteceu! Porque nós acabamos sempre por dar a volta, mas bloqueei, mesmo. Gostava de me lembrar da palavra, agora não sei qual era, e eu ainda não estava propriamente a dar a aula, estava na introdução. Decidi "Não, eu vou voltar ao princípio, vou repetir outra vez, à terceira é de vez!". (risos) Voltei ao princípio novamente e lá veio a palavrinha e depois segui viagem. O mais engraçado foi depois no final, vou ter com os meus colegas, "Vocês viram o que me aconteceu? Eu bloqueei, eu não conseguia andar, tive de repetir três vezes!" e eles ficaram, "Estás a falar de quê?". E eu insistia, "Mas vocês não viram? Eu tive de repetir três vezes porque me esqueci de uma palavra", e eles "Nós pensávamos que tu estavas a repetir porque estava muito barulho na sala, para ver se o pessoal se calava!". (risos) Ainda bem que ninguém percebeu, talvez tirando o professor Ferreira Soares, por isso é que ele se estava a rir, para tentar que eu ficasse mais tranquila. Na realidade, não foi um falhanço porque depois consegui andar para a frente, mas foi embaraçoso, sem dúvida.
38. Se pudesse voltar atrás no tempo geológico e assistir a um evento concreto, qual seria?
Não vou ser muito original. Era o evento que levou à extinção dos dinossauros. Gostava de ver o que é que aconteceu! Há aí muitas hipóteses, ainda estamos um pouco no domínio das hipóteses, umas mais convincentes que outras. Estaria como no cinema, com pipocas, para ver se foi o asteroide, o impacto de um meteorito, se foi uma erupção vulcânica, alterações climáticas. Tudo isso demora algum tempo, e estamos a falar de tempo geológico, teria de ser uma coisa prolongada. A não ser que acelerássemos o tempo. A desvantagem é que temos tantos geólogos a estudar o assunto que ficavam tristes, porque ficavam com a resposta.

Intraclasto
A Coleção Krantz de Lâminas Delgadas da UC
Como intraclasto, a Elsa trouxe-nos as lâminas que já ensinavam sozinhas (há mais de 120 anos!): uma deliciosa coleção de 250 lâminas delgadas da conhecida (e ainda existente) casa alemã Krantz. Adquirida pela Universidade de Coimbra (UC) à casa Krantz, algures entre o final do século das máquinas que apitavam e o início do seguinte, por 325 marcos, esta coleção de 250 lâminas delgadas veio acompanhada de um catálogo com prefácio (em alemão, claro — Bildung über alles), datado de 1897, onde o autor explica que o objetivo era o ensino autónomo das rochas. Sim, já então se falava em autoaprendizagem! E nós aqui a achar que o e-learning é muito para a frentex... Num total 225 ígneas e 25 metamórficas (à data chamadas "de contacto", ainda o Streckeisen dos diagramas QAPF era uma célula pluripotente do destino), a coleção conta com amostras sobretudo da Alemanha (~70%), mas também da Hungria, Itália, França, Inglaterra, e até do Brasil, EUA e Nova Zelândia. Um verdadeiro Erasmus geológico, quando ainda se viajava de barco. A coleção chegou à UC num tempo em que ainda existia a Faculdade de Filosofia, antes da criação da de Ciências (1911), e integra o esforço de aquisição de equipamentos e coleções que então se viveu. Hoje é uma peça de valor histórico, didático e museológico e, sinceramente, ainda podia dar umas boas aulas. A Elsa é a orgulhosa guardiã desta relíquia, da qual pode descobrir mais neste trabalho (a partir da pág. 101).
Geomanias
Rocha preferida? Skarn
Mineral preferido? Berilo
Fóssil preferido? Trilobite
Era, Período, Época ou Idade preferido? Neoproterozoico
Unidade litostratigráfica preferida? Grupo das Beiras
Pedra mole ou pedra dura? Dura, claro.
Trabalho de campo ou de gabinete? Não é 50/50, mas 40 campo e 60 gabinete.
Martelo ou microscópio? Microscópio.
Recursos minerais metálicos ou não metálicos? Metálicos.
Esparite, Esparrite, sparite ou sparrite? Aqui em
Coimbra eu aprendi esparrite.
